A brisa delicada me chama
para ver a beleza da tarde
caindo pela janela.
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A brisa encontra-me desarmada,
embora triste.
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Aceito no entanto o seu convite,
(ai de quem recuse convite de brisa).
Senti seus dedos refrescantes
me levando até a janela.
Seu sopro, seu bafo alegre,
e lá estava firme e bela,
a tarde caindo para dar passagem à noite,
talvez nublada,
talvez estrelada.
Anoiteceria,
mas para a tarde não importava.
Na hora certa,
lá estava a tarde me ensinando a cair
sem sofrer,
me ensinando a pôr-me bela,
como quem larga um pouco as rédeas da vida
e deixa a vida jogar o seu jogo,
tantas vezes grandioso,
e tantas vezes minúsculo.
O convite da brisa
me deu foi lição de crepúsculo.
Elisa Lucinda -
"A Fúria da Beleza"
[ A foto é minha.
A paisagem é a que eu vejo todos os dias da janela de meu quarto.
Nessa tarde, o céu foi generoso e posou com a igreja de São José,
ao fundo, à hora do crepúsculo... ]
Rose,
ResponderExcluirA hora do entardecer é sempre bela e nos convida a orar e refletir.
Acho que o entardecer da vida também traz o convite à reflexão.
Bom é buscar meditar sempre o que temos feito de nossas vidas.
Poemas bonitos da Elisa Lucinda, não conhecia.
Beijo de Carinho,
Benja.
Rose,
ResponderExcluirLinda foto para este poema!
Beijos,
Carol
PS: Faz tanto tempo que não cultivo um entardecer assim...
Elisa Lucinda é simplesmente tudo de bom. Conheci mais sobre ela através do texto: "Só de sacanagem" achei o máximo.
ResponderExcluirA visão que vc tem de sua janela é muito especial.