É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
é um olhar para ser menor, para o
insignificante que eu me criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado, como uma
barata - cresce de importância para o meu
olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar
para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades
machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das
coisinhas do chão -
Antes que das coisas celestiais.
Pessoas pertencidas de abandono me comovem:
tanto quanto as soberbas coisas ínfimas.
MANOEL DE BARROS
in "Retrato do artista quando coisa"
( Imagem de autoria desconhecida )
2 comentários:
Rose,
Eu fui num Sarau de Poesia ontem, que recitaram esse poema!
Adorei entrar aqui e relê-lo! : )
Estive sem micro desde domingo, e senti saudades...
Beijos,
Carol
Rose, se não nos comovermos com o que acontece ao nosso lado, se nã prestarmos atenção às pequenas lições ensinadas até por bichos, de nada valerá o infinito...
Beijos
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