sábado, 17 de outubro de 2020

segunda-feira, 27 de julho de 2020






A PAZ SEM VENCEDOR E SEM VENCIDOS

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ter melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

Foto: "Eternessências"

    CANON

       
         Fonte da imagem: https://br.pinterest.com

    A

     M  ú
      a           s
       c   i
        
  é
      transparente 
    espiral 
      de consolação.

  Não há
  como 
   prendê-la.

   Lúcida
   em seu trajeto,
   traça-nos 
            s
        o
    o
v
 a regiões
 internas
 onde 
 pianíssimo
  entreabre-se
   o infinito...



sábado, 25 de julho de 2020



ANUNCIAÇÃO


Em torno,
a paisagem
resgata 
um tempo
adormecido - 
há  uma
vida inteira
atrás da porta.

Vaga
sensação 
me toma
pelos olhos
e me perfuma
a alma.

Adentro
espaços 
conhecidos
e ouço  vozes
que outrora
eram convite.

( No recôndito 
silêncio, 
ando fértil 
para nova 
estação...)

( Desconheço a autoria da imagem)



SUBLIMAÇÃO


Onde a dor do meu amor descansa
Ergui um templo para seu cenário,
Guardei-o, em prece, no meu relicário,
Acomodei ali todas as lembranças.

E, enquanto o tempo desvelava a vida,
Segui em frente, acertando os passos,
Às vezes prestos, outras vezes lassos,
Em meio à realidade desmedida.

Por mais que novo rumo me convoque,
É natural que eu, em silêncio, evoque
Aquele templo e minha aliança;

E me ajoelhe ante o seu altar,
Para que eu possa, enfim, aquietar
A dor de onde o meu amor descansa...


( Desconheço a autoria da imagem)

quinta-feira, 9 de julho de 2020

O DISCURSO FINAL (fragmentos)

   (...)  
   "O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, emperdenidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
     (...)
    Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá. 
    (...)
   Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos.
    (...)
    Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos."

  (O GRANDE DITADOR” - CHARLES CHAPLIN)
Imagem de autoria desconhecida

segunda-feira, 6 de julho de 2020




TAREFA


Morder o fruto amargo e não cuspir
Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis…
E quando em muitos a não pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.

CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
( Desconheço a autoria da imagem)


segunda-feira, 20 de abril de 2020

ESSENCIAL É...


Solidarizar-se!
Neste  período de isolamento social ,
decorrente da pandemia do Coronavírus,
seja sensato(a), atenda aos apelos:


"FIQUE EM CASA!"

Fonte da imagem: "Revista Bula"

sexta-feira, 17 de abril de 2020

AO OCASO


Sob estas horas fundas do Ocaso,
Escuto as notas de uma melodia
Que a voz afável de uma ave cria
E distribui por cima dos telhados.

A tarde inteira então se ornamenta
Para o espetáculo e se enriquece
Com outras vozes que se unem em prece,
Rogando alívio para a tormenta.

É quando todo o meu Ser contrito
Abre os seus olhos para o Infinito
E ali descansa sua aflição.

Na paisagem, tudo se harmoniza...
( Sinto-me envolta por suave brisa,
Que me acalma e acalenta o coração...) 

( Foto: "Eternessências")




terça-feira, 7 de abril de 2020

PALAVREADO


Fonte da imagem: "Palavras Belas"


Enquanto
 escrevo, 
recupero,
em mim,
 o tom,
esmaecido
na pauta
dos dias.

E cada nota
me alavanca,
me põe à parte,
estanca o tempo - 
que é de recolhimento.


Parte
 de mim
flutua...
busco,
 no Todo,
a imensurável
certeza
que a 
esperança
cria.

Sou palavra:
teço mundos,
traço rotas
e me faço
 instrumento,
para
 compor
melodias,
que vou
 lançando
ao vento...


segunda-feira, 6 de abril de 2020

QUARENTENA


Em tempo de COVID 19
rever valores, construir novos caminhos,fortalecer os afetos,
solidarizar-se, abrir-se a um NOVO TEMPO, mais respeitoso e empático! Eis que chega uma NOVA ERA para o planeta TERRA!

(Desconheço a autoria da imagem)

quinta-feira, 2 de abril de 2020

SONETO (EM ABRIL)



"Nos remansosos céus de abril, te juro,
É por amor do amor que te procuro."

( Ruth Maria Chaves Martins)


(Imagem de autoria desconhecida)

É por amor do teu olhar de rio,
De profundeza e de sentidos prantos,
Que te procuro, quase num cicio,
Que te invoco em silêncio brando.

É por amor de tua voz macia,
Que a saudade pôs-se a recordar,
Que me afino à tua melodia
E me enterneço por te reencontrar...

E, embora o tempo teça o seu cenário,
É por amor que guardo, em meu sacrário,
Tua poesia, nestes céus de abril.

"É por amor do amor que te procuro",
Que me abrigo em teu sorriso puro,
É por amor do amor, alma gentil!..

quarta-feira, 1 de abril de 2020

LIQUEFEITO



   (Porque, em tempos de isolamento social,
a leveza é uma apelo íntimo...)


                
       E a chuva chega com precisão.
   Água do Céu, vai lavando toda inconstância, amenizando o fervor das opiniões e a solidão das dores.
      Enquanto cai, ininterrupta em seu curso, marca o ritmo do tempo, acorda a acústica da alma, e, então, escuto o murmúrio da vida, que me confessa sua tentativa de permanência, apesar dos fatos. 
         "Há, em tudo, um sentido claro." - ela me diz.                    Acolho sua sabedoria e, como a chuva, transbordo-me em fluidez...
               
                     

terça-feira, 31 de março de 2020

O COLECIONADOR



Meu coração peregrino,
sem jeito de se encontrar, 
anda daqui para ali, 
corre de lá pra cá.
E se perde por vielas,
aos pulos, em desatino
ora com medo, assustado,
ora levado e ladino.


Agora deu, o danado,
de colecionar saudade:
de gente, fatos, lugares,
memórias que não têm fim...

Pergunto-lhe se é vantagem
brincar com lembranças idas
e que jamais voltarão.
Ele então me responde
que a vida dá os caminhos
e a gente faz a opção;
um coração sem saudade,
 sem nada para lembrar,
bate fora do seu ritmo,
é como onda sem mar...

Calo-me, sem argumento
ante tal filosofia,
enquanto ele segue atento,
colecionando poesia...

(Imagem de autoria desconhecida)

quinta-feira, 26 de março de 2020



  PANDEMIA
( poema de quarentena)

Resultado de imagem para pandemia

Foi preciso forçar a pausa, 
ante o tom de perplexidade...
( Sob a ameaça invisível,
desalinho em toda parte!)

Foi preciso calar o ego
e ouvir a íntima voz;
recuperar os velhos rumos
 e  se desvencilhar dos nós.

Foi preciso muita coragem
no isolamento prescrito;
cada qual era um deserto,
reverberando o seu grito.

E quanto mais eram afastados,
 mais se buscavam com sede,
mais expunham a sua essência,
conectando-se em rede. 

Se o mundo, estupefato,

globalizava a sua dor,
a vida gerava as sementes
de um tempo mais promissor.

Todo o esforço foi preciso
(também toda a indignação!)
para a proteção do outro
em uníssona oração.

Foi preciso, então, que, à distância,
o encontro não se perdesse,
que os sentimentos falassem,
e os sonhos, no fim, vencessem...



Fonte da imagem:

www.brasilescola.uol.com.br












segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Voltei!


Tudo o que sinto por estar de volta
para novos encantos, novos escritos
em busca de "eternessências" diversas!




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