sábado, 25 de julho de 2020



SUBLIMAÇÃO


Onde a dor do meu amor descansa
Ergui um templo para seu cenário,
Guardei-o, em prece, no meu relicário,
Acomodei ali todas as lembranças.

E, enquanto o tempo desvelava a vida,
Segui em frente, acertando os passos,
Às vezes prestos, outras vezes lassos,
Em meio à realidade desmedida.

Por mais que novo rumo me convoque,
É natural que eu, em silêncio, evoque
Aquele templo e minha aliança;

E me ajoelhe ante o seu altar,
Para que eu possa, enfim, aquietar
A dor de onde o meu amor descansa...


( Desconheço a autoria da imagem)

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