A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
e carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
( Desconheço o autor da pintura,
mas a achei interessante! Surreal! )
2 comentários:
Precisamos compreender o inteiro, pela metade fica sempre mais difícil. Ainda que completo, fica conosco a miopia de cada um.
“Para ser grande, sê inteiro
nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
porque alta vive.” (Fernando Pessoa).
“Sorella”,
Fiquei refletindo sobre esses versos, buscando compreender. Recordei-me das palavras do poeta que estão acima e também do nosso grande Amigo que falava que “meia mentira, é mentira inteira”, e pensei que uma “meia verdade”, também é uma mentira inteira. Acredito que na vida devemos sempre sermos inteiros, agirmos com verdade absoluta no que cremos e pondo o coração em tudo que fazemos, mas procurando discernir para não nos confundirmos em nossas escolhas. Estava tentando entender a porta e lembrei do “entra na lata e sai da lata” (rs).
Beijo do irmão,
Benja.
Postar um comentário