CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
...e cantar livremente O que é finitude E o que perdura. Unir numa só fonte O que soube ser vale Sendo altura. HILDA HILST
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
terça-feira, 25 de outubro de 2011
sábado, 22 de outubro de 2011
SUPORTAÇÃO
( Saibamos enfrentar as metamorfoses da alma, para sairmos do estágio de larvas e adquirirmos a leveza das borboletas!....)
"Disse a flor ao Pequeno Príncipe: - É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas!"
Fragmento retirado de "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupèry
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quarta-feira, 19 de outubro de 2011
O TEMPO
E o tempo anda a galope.
Monto suas horas
e tento domá-lo
num esforço diário.
Mas ele resiste
em seu ritmo bravio.
Por isso,
quando se vê,
não mais é tempo de esperas;
por isso,
quando se vê
já é tempo de esquecer...
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domingo, 16 de outubro de 2011
PEQUENAS SERENIDADES...
DO IDEAL
Disseram-me
que é uma estrela
com linha presa nas pontas,
rogando mãos que a empinem
de olhos fixos no Céu...
HELÊNICO
O campo vasto dos deuses
jaz fértil de posteriores coincidências
e primaveras;
sementes de fogo sagrado
e(m) templos vulcanizados
se estendem na solidão rarefeita.
jaz fértil de posteriores coincidências
e primaveras;
sementes de fogo sagrado
e(m) templos vulcanizados
se estendem na solidão rarefeita.
cruzava as vidas de azul recôndito, imortal;
a pompa dos ares
cortava mármores e estátuas juvenis...
Mas tudo, em torno,
se curva à força muda do tempo
que passa sem volta...
(Só ficam névoa
e sentimento!...)
Talvez meus olhos descansem
dessa era branca
como quem busca recompor-se do deserto
ou (quem sabe?)
guardem da essência grega,
a memória dos fatos
verticalizados em saudade...
sábado, 15 de outubro de 2011
CONTO PARA IMAGEM Nº12
Havia nela um desejo fundo: voar além do espaço e do tempo. Mas a liberdade- diziam-lhe- andava presa em potes escondidos.
De tanto procurar, um dia, encontrou a sua, sob forma de borboletas. Reconheceu-a. Tinha o azul do Céu e se debatia na transparência do recipiente pequeno que lhe tolhia as asas.
Com os sonhos aos pulos, ela envolveu a companheira alada em sua energia de luz e levou o pote, que a retinha, até o horizonte aberto... Ali, então, o que era antes frágil agigantou-se em beleza e profundidade: ambas sentiram juntas a alma dos ventos e ela se fez inteira para novas paisagens...
(Imagem de autor desconhecido)
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
LUZ!
a marca da luz,
abrigo do Tempo,
produzindo a seiva
de novos rebentos,
somando coragem
com delicadeza,
ternura com paciência,
no gesto claro e ininterrupto
de ser, sobretudo,
essência...
(Imagem de autor desconhecido)
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
"PALAVRESSÊNCIAS"...
ACRIANÇAMENTO:
ação de acriançar-se a todo momento;
ser vida e sonho;
desenvolver olhos puros, de encantamento...
PALAVRA DE ORDEM
"Equilíbrio é a habilidade de olhar para a vida a partir de uma perspectiva clara - fazer a coisa certa no momento certo.
Uma pessoa equilibrada será capaz de apreciar a beleza e o significado de cada situação, seja ela adversa ou favorável.
Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos. É estar sempre alerta, ser totalmente focado e ter uma visão ampla.
Equilíbrio vem do entendimento, da humildade e da tolerância. O mais elevado estado de equilíbrio é voar livre de tudo e, ainda assim, manter-se firmemente enraizado na realidade do mundo."
BRAHMA KUMARIS
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domingo, 9 de outubro de 2011
sábado, 8 de outubro de 2011
REDE
"...somos todos uma parte da teia imensurável e inseparável das relações e é nossa responsabilidade perceber as possibilidades do amanhã, pois antes de tudo somos os únicos responsáveis por nossas descobertas, nossas palavras, nossas ações, e os reflexos dos mesmos no universo em que estamos inseridos."
FRITJOF CAPRA, físico quântico.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
HAIKAI DE BASHÔ
sábado, 1 de outubro de 2011
PRIMAVERA
A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega. Finos clarins que não ouvimos deve soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, - e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rodendros que eram verdes e já estão todos cor de rosa, como os palácios de Jeipur.
Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, - e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol. Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, - e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz...
É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação. Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, - e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor. Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, - por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade.
Saudemos a primavera, dona da vida - e efêmera.
CECÍLIA MEIRELES
COLHEITA DE PALAVRAS
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