Sem jeito
ou com pressa -
não sei -
um vento forte
r o d
a o
i p
os
dias
e deixa
a vida
breve...
...e cantar livremente O que é finitude E o que perdura. Unir numa só fonte O que soube ser vale Sendo altura. HILDA HILST
quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
OUTONO: TEMPO DE PERDAS E GANHOS
UM CONVITE À RENOVAÇÃO DA VIDA E AO AMADURECIMENTO!
Se prestarmos mais atenção aos detalhes da natureza, perceberemos que cada estação do ano traz mensagens e convites específicos. No entanto, muitas vezes não conseguimos enxergar esses sinais porque insistimos em achar que não somos parte integrante do meio ambiente. Cada estação do ano nos convida a novas posturas e nos oferece uma série de aprendizados para a vida. O outono, é uma época especialmente recheada de significados que podem enriquecer nossas percepções. Esse período chega logo após o verão, aquela estação de tempo quente, aberto, de plena luz e em que nossos movimentos tendem para o mundo externo. Não é à toa que para chegar a uma estação intermediária precisamos das "águas de março", uma chuvinha persistente que vai resfriando o tempo aos poucos.
O outono é uma época de transição entre os extremos de temperatura verão-inverno. Qual é a principal imagem que lhe vem à mente quando pensa em outono? É bastante provável que a maioria das pessoas responda a essa pergunta lembrando da clássica imagem das árvores perdendo suas folhas. Mas você sabe por que acontece essa perda? Se as árvores não as deixassem ir, não sobreviveriam à próxima estação. As folhas se queimariam com o frio do inverno e, assim, os ciclos de respiração da árvore se findariam bruscamente, o que resultaria no fim da vida. A natureza nos mostra mais uma vez a beleza de sua sabedoria: é preciso entrega, é preciso deixar ir o que não serve mais, para proteger o que é mais importante.
"A natureza nos mostra mais uma vez a beleza de sua sabedoria: é preciso entrega, é preciso deixar ir o que não serve mais, para proteger o que é mais importante."
O que a princípio pode parecer uma perda é na verdade um ganho: ela ganha mais tempo de vida, e chega renovada às próximas estações.
Reflita a partir disso: o que você precisa deixar ir, do que você precisa abrir mão para seguir firme para os próximos ciclos, para continuar a crescer? O outono é também estação de amadurecimento dos frutos. É o tempo de deixar ir inclusive os resultados de nossos esforços, para que novas forças possam gestar outros futuros projetos.
Durante essa época é válido observar quais elementos em você precisam ser sacrificados para que o mais sagrado para sua vida seja preservado ou resgatado. Pense na palavra sacrifício a partir de sua etimologia: é um sagrado ofício, um trabalho, uma ação que possui um caráter sagrado, para além do superficial, que transcende o banal, que tem um significado maior.
ABRA-SE AO NASCER DE UM NOVO TEMPO
No outono, é importante questionar se o medo e a dúvida estão impedindo seus ideais maiores de serem realizados. Reflita se alguns comportamentos repetitivos lhe afastam do seu real potencial criativo. Talvez seja chegado o momento de tomar consciência e assumir uma atitude de compromisso consigo, desapegando-se daquilo que não lhe serve mais, daquilo que esteja impedindo seus passos rumo às próximas estações de seu crescimento.
Não é simples, nem fácil, mas também não é impossível. Como tudo na natureza, nossos processos de mudança carecem de tempo para se instalarem. Tempo para ir amadurecendo, até que seja o momento da colheita. Passo a passo, reflita sobre os pesos desnecessários que podem estar atrasando seu caminhar, vá se desapegando e deixando ir.
Lembro agora as palavras de Tom Jobim: "São as águas de março fechando o verão, é promessa de vida no meu coração". Mesmo que as águas pareçam dar fim ao melhor da festa do verão, na verdade, elas estão nos mostrando que a vida segue e novas estações virão! Acredite: observando a natureza podemos concluir que depois da noite sempre vem o dia. Acredite que vale a pena se libertar para deixar nascer um novo tempo.
JULIANA GARCIA
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segunda-feira, 28 de abril de 2014
EM TUDO, O AMOR!
Pois o amor resgata a pobreza,
vence o tédio, ilumina o dia
e instaura em nossa natureza
a imperecível alegria.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
( Foto de autoria desconhecida)
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ADIAMENTO
(Foto de autor desconhecido)
Desfiz as malas:
guardei as roupas e os sapatos,
devolvi aos baús
meus recônditos segredos.
No fundo d'alma,
devolvi aos baús
meus recônditos segredos.
No fundo d'alma,
dobrei, de novo,
uma a uma,
uma a uma,
as mais doces esperanças.
(Adiei somente a viagem;
o sonho ainda espera na estação...)
domingo, 27 de abril de 2014
sábado, 26 de abril de 2014
sexta-feira, 25 de abril de 2014
CANÇÃO DE OUTONO
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando àqueles
que não se levantarão…
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão…
CECÍLIA MEIRELES
EXPLICAÇÃO
Voltei
a escrever.
E a palavra
me recupera de meus becos,
de minhas portas fechadas.
(Sutilmente...)
a escrever.
E a palavra
me recupera de meus becos,
de minhas portas fechadas.
(Sutilmente...)
CANÇÃO DO MAR DE DENTRO
Na canção
do mar de dentro,
o ir e vir
das lembranças
são como
areia e espuma
atiçadas pelo vento.
Com indelével constância,
o tempo que me navega
desapropria meus medos
guardados, há muito, em baús...
(Não ando ao sabor das marés;
há relicários em mim,
contendo doces certezas.)
Vez ou outra venho à tona
e pairo na superfície
com meus sentimentos nus.
Mas as ondas, em seu curso,
preparam-me os mergulhos-
a vida é de profundezas...
(Imagem de autor desconhecido)
DESCRIÇÃO DA TARDE
( Imagem de autoria desconhecida)
Entardece agora...
Tudo se aquieta
enquanto um bem-te-vi poeta
sobrevoa os restos do dia.
O vento macio passa
no encalço de velhas folhas
e sopra nuvens dormideiras.
Um canto desbrava a fé nos corações;
torna-a visível.
E o sino bate para lembrar
que em tardes assim
a alma pode voar
com a poesia de um bem-te-vi!...
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