A flor de lótus, venerada pelos povos orientais, é símbolo de espiritualidade. Sua semente pode ficar 5.000 anos sem água, somente esperando a condição ideal de umidade para germinar. Ela nasce na lama, é só abre quando atinge a superfície, onde só então mostra suas pétalas luminosas e imaculadas. O botão da flor tem a forma de um coração, e suas pétalas não caem quando ela morre, apenas secam. Segundo Jean Chevalier, a flor "simboliza a taça da vida, a alma, o coração, o amor. Pode-se contemplá-la como uma mandala e considerá-la como um centro místico."
No dia em que a flor de lótus desabrochou,
a minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia, e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim. Acordei do meu sonho, sentindo o doce rastro
de um estranho perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade. Pareceu-me ser o sopro ardente do verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim, que ela era minha, e que essa perfeita doçura tinha desabrochado no fundo do meu próprio coração.
RABINDRANATH TAGORE -
poeta indiano, "publicou muitas obras de cunho místico e profundamente humano. Em 1901, fundou uma escola superior de filosofia em Santiniketan,
que depois foi transformada em Universidade, em 1921.
Recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1913, e tornou-se mundialmente famoso graças ao seu livro de poemas Gitanjali (Oferenda lírica)", de onde transcrevi o poema deste post.
Um comentário:
Lindíssimo, querida menina!
A flor e os versos do grande poeta indiano.
É quase sempre assim, nunca percebemos no momento certo o bem recebido, a presença angelical e o amor doado. Que busquemos vigiar mais, orar mais, para intuir melhor e buscar acordar a tempo.
Com carinho sempre,
Benja.
Um pouco mais sobre o Lótus:
Lótus é uma planta aquática, conhecida também por lótus-egípcio, lótus-sagrado ou lótus-da-índia e é nativa do sudeste da Ásia (Japão, Filipinas e Índia). No Brasil existe a vitória-régia, nativa das regiões amazonenses, que pertence a mesma família. A planta cobre as planícies alagadas do oriente do Egito à China e é uma paixão asiática cultivada desde tempos remotos. É venerada em todo o mundo, sendo considerada o símbolo máximo da pureza espiritual. Ela também atrai a atenção dos estudiosos, que buscam desvendar alguns enigmas que a planta segreda; pois ela possui a característica de manter sua temperatura em torno de 35oC, tendo a propriedade da termo-regulação como os seres humanos, ainda é capaz de repelir microorganismos e poeiras, já que suas folhas são auto-limpantes.
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