domingo, 20 de outubro de 2013

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

terça-feira, 15 de outubro de 2013

PRIMAVERA POÉTICA

A todos nós, professores,

 desejando que a Primavera nos  renove os sonhos

 e adube as mais belas esperanças...

Primaverasemente de poesia A flor que és, não a que dás, eu quero. Porque me negas o que te não peço. Tempo há para negares Depois de teres dado. Flor, sê-me flor! Se te colher avaro A mão da infausta esfinge, tu perene Sombra errarás absurda, Buscando o que não deste. (Ricardo Reis – ode nº 354) 

  Setembro já se foi levando consigo os primeiros dias da primavera.
 Estamos certamente mais maduros após vivenciar outro inverno – estação cuja poesia é da safra proveniente dos ares gélidos, convites necessários à reflexão, à introspecção, à convivência mais próxima e calorosa entre as pessoas.
  O clima frio traz à tona, também, um quê preponderante de mistério, de casulo, de aconchego. Para além da semântica e do léxico, inverno é também sinônimo de saudade e de gestação da poesia. Trata-se de uma época em que o coletivo comumente se recolhe para gerar versos e prosas que, pouco depois, são germinados na estação das flores. Tudo isso para que cresçam no verão e sejam colhidos no outono.
 O início de uma estação representa mudança de ciclo, transição, renovação. 
 As antigas civilizações – muito mais sábias e atentas às manifestações da natureza e aos processos que ela desencadeia nos mais diversos setores da vida – comemoravam a chegada do solstício e do equinócio com rituais simbólicos, místicos, cerimônias marcadas pelo compasso do canto, da dança e dos louvores para saudar a mãe terra e todos os benefícios que ela oferece à humanidade, como as plantas medicinais, as flores, os frutos, o calor, a energia, os alimentos, os minerais, a beleza impressionista da fauna e da flora e, enfim, a possibilidade da vida. Há que se resgatar essa sintonia entre os seres humanos e a natureza, sob pena de, cada vez mais, não compreendermos a riqueza do que vemos à nossa volta.
  Na primavera, estamos prontos para criar, para ousar, para estruturar idéias, delinear novos projetos e ações. O céu azul tem a cor das promessas e dos sonhos que, comumente, hibernam no inverno. 
  Como educadores, resta-nos compartilhar essas sensações e conhecimentos com nossos aprendizes, semeando sensibilidade em seus corações e mentes. Essa é uma forma de colaborar para a formação de indivíduos mais sintonizados com a beleza da natureza e com os vários espetáculos que o universo nos propicia.
 Já a associação que propusemos entre a primavera e o poema de Ricardo Reis/Fernando Pessoa nos leva a refletir sobre outro aspecto importante não só na primavera, mas em todas as estações do ano: qual é a nossa flor verdadeira? Que flor representamos para as pessoas à nossa volta? Pensar sobre isso talvez nos traga dúvidas, mas é preciso lembrar que nelas reside uma parte importante da grande graça da existência. Uma graça que pode – só depende de nós – ser bem mais perfumada e poética.
GABRIEL CHALITA

ARQUEOLOGIA DO TEMPO

       Ouvi falar de um deserto que me parecia distante, porque improvável no meu tempo de constâncias.
     Hoje, entretanto, seu hálito quente se veste de proximidade e enche de areia os vazios, que a vida teceu sem cerimônia.
  Em meio às dunas, o sentimento braceja indivisível no exercício da memória, entreabre velhas portas e recupera o fôlego quase roto na escalada.
   "O deserto é belo, porque esconde um poço em algum lugar"... - uma brisa antiga e doce me relembra. 
    Sobretudo, a vastidão adiante é um convite a palo seco.
    E, porque tenho sede, me ponho imensa a cavar... 
            

VAPOROSO


Tem
tempo
em 
que 
VIDA
pende:

ora
                                                                               pra lá...
ora
                                    pra cá...

Como
um
pêndulo,
fende
alma -
acostumada 
ao seu
ritmo
de nuvem...

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

RETORNO


Nesta volta emocionada,
busco o espaço em branco
pra me esvaziar de mim mesma.


(Venho pronta aos improvisos
que me refaçam a leveza!...)

(Desconheço a autoria da imagem)

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