terça-feira, 8 de julho de 2008

OLHAR PARA BAIXO

Aprendo mais com abelhas do que com aeroplanos.
É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
é um olhar para ser menor, para o
insignificante que eu me criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado, como uma
barata - cresce de importância para o meu
olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar
para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades
machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das
coisinhas do chão -
Antes que das coisas celestiais.
Pessoas pertencidas de abandono me comovem:
tanto quanto as soberbas coisas ínfimas.
MANOEL DE BARROS
in "Retrato do artista quando coisa"
( Imagem de autoria desconhecida )

2 comentários:

Carol Timm disse...

Rose,

Eu fui num Sarau de Poesia ontem, que recitaram esse poema!

Adorei entrar aqui e relê-lo! : )

Estive sem micro desde domingo, e senti saudades...

Beijos,
Carol

Mel disse...

Rose, se não nos comovermos com o que acontece ao nosso lado, se nã prestarmos atenção às pequenas lições ensinadas até por bichos, de nada valerá o infinito...
Beijos

Poderá também gostar de :

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...