sábado, 5 de setembro de 2009

CONTO PARA IMAGEM Nº 4

METAMORFOSE
Era um bichinho solitário e esquisito. Meio lagarta, meio coruja.
Por onde passava, provocava incansáveis exclamações: "Que feio!" "É uma aberração mesmo! E de óculos!"
Ele, porém, nada dizia. Habituara-se, em silêncio, a enxergar mais além...
Foi assim que, um dia, encasulou-se para cumprir seu destino.
Não foi nada fácil acomodar-se ao pequeno espaço com as enormes lentes que o comprimiam! Se ao menos fossem lentes de contato, pensava ele na escuridão viscosa, não precisaria passar por tanto aperto!"
Findo o prazo, o casulo se abriu numa explosão de cores e transparências!... E era tanta a luz, que a olho nu, ficava impossível vislumbrar a leveza caleidoscópica daquele novo ser! Suas asas de vidro refletiam o sol e o seu brilho ofuscava! Por mais que se esforçassem, olhos comuns pareciam míopes àquele espetáculo natural!
Instado a explicar tal fenômeno, o mais sábio de todos esclareceu com simplicidade:
- A vida é uma lição exuberante de beleza. Para apreendê-la, em sua essência, é preciso harmonizarmos os olhos com os bons sentimentos. A visão da beleza é um longo exercício que requer de todos nós lentes especiais!...

Fonte da imagem: www.etete.com.br

Um comentário:

Irmão Sol, Irmã Lua disse...

“Sorella”,
Seus contos são lições de sabedoria, sabedoria conquistada na luta diária que é a vida. São belos e ternos como seus poemas.
Que apuremos nosso olhar para ver além das aparências, buscando a essência. Cientes de que a vida é um permanente estado de metamorfose que devemos aproveitar para, ao deixarmos o casulo, revelar a luminosidade e o colorido divinos que há em todos nós.
Um beijo terno,
Benja.

P.S. O bichinho pode ser feinho, mas o acho uma simpatia (rs...).

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