quarta-feira, 17 de outubro de 2012

UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA...

( Porque a vida é feita de ESSÊNCIAS...)

" Os homens não têm tempo para conhecer nada.
Compram tudo prontinho nas lojas.
Mas como não existem lojas de amigos,
os homens já não têm amigos."

       Foi o que disse a raposa ao Pequeno Príncipe, num dos textos mais expressivos de Exupéry.
         Nunca este pensamento foi tão veemente quanto nos nossos dias, bem mais do que teria sido em 1943, quando da primeira edição mundial de "O Pequeno Príncipe", nos EUA. Em nenhum momento da História da humanidade compramos tantas coisas prontinhas nas lojas. Tudo está pronto: basta ligar, basta vestir, basta engolir. Tudo pronto para consumo imediato.
       Conhecer as coisas consome tempo. Gostamos do tempo do consumo e não do consumo responsável do tempo (tão necessário para a aprendizagem das coisas). A comodidade das coisas prontas e semiprontas nos levou a aceitar e até promover relações cada vez mais fluidas e descartáveis. Esta desfiguração do sentido profundo das relações humanas nos condicionou a querer pessoas prontas: o professor quer o aluno "pronto", isto é, totalmente preparado ( é o que diz, com muita propriedade, o grande  intelectual da educação brasileira, Cipriano Luckesi), o  namorado quer a namorada "pronta", ou seja, exatamente como ele deseja que ela seja; os adultos querem as crianças "prontas", quer dizer, totalmente desenvolvidas; os empresários querem trabalhadores "prontos", absolutamente impecáveis nestes tempos de reengenharia e qualidade total. Há também amigos que querem amigos "prontos". Mas não há lojas de amigos, nem de namorados e namoradas, nem de maridos e esposas, nem de professores e alunos, nem de pais e filhos.
       Se é verdade que o mercado negocia corpos, trafica pessoas, barganha e aliena os seres humanos, é também verdade que nunca será capaz de vender almas, a essência mesma de cada um de nós.
 CELSO VICENTE MUSSA TAVARES


Um comentário:

Irmão Sol, Irmã Lua disse...

Palavras sábias do nosso amigo, querida Rose! Aliás, não se poderia esperar outra coisa dele.
Fez-me pensar em algo que já venho meditado. De fato, o “mercado” não é capaz de vender almas, mas é capaz de corrompê-las e adulterar suas essências; especialmente nos dias atuais, da cultura do descartável e da falta maior de escrúpulos para se atingir objetivos.
Sinto que a recomendação do Eterno Mestre faz-se premente: “VIGIAI e ORAI”.
Cuidemos para que a nossa essência não se perca, fazendo o “consumo responsável do tempo”.
Um beijo de carinho eterno,
Benja

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