sábado, 17 de maio de 2008

A GRANDE MULHER DA POESIA PORTUGUESA

"FLORBELA ESPANCA (1894-1930)
tem sido considerada, com muita justiça,
a figura feminina mais importante
da literatura portuguesa em todos os tempos.
Sua poesia, mais significativa que seus contos e
produto de uma sensibilidade exacerbada, corresponde a um verdadeiro e ousado diário íntimo,
cuja temperatura de confidência só encontra semelhança
nas Cartas portuguesas de Mariana Alcoforado."
*******
Selecionei, para nosso deleite literário, um de seus sonetos:



NÃO SER
Quem me dera voltar à inocência
Das coisas brutas, sãs, inanimadas,
Despir o vão orgulho, a incoerência:
-Mantos rotos de estátuas mutiladas!
Ah! arrancar às carnes laceradas
Seu mísero segredo de consciência!
Ah! poder ser apenas florescência
De astros em puras noites deslumbradas!
Ser nostálgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de viver!
Ser haste, seiva, ramaria inquieta,
Erguer ao sol o coração dos mortos
Na urna de oiro duma flor aberta!...
*****









3 comentários:

Mel disse...

Já conhecia seus poemas e são realmente belos.
Não posso negar que me trazem certas lembranças...

Um lindo fim de semana pra ti, Rose.

Beijos, Mel

Irmão Sol, Irmã Lua disse...

Lindo soneto, Rose!
Imagens fortes e interessantes que ela usa para expressar o sentimento. Realmente uma "sensibilidade exacerbada".
Beijo,
Benja.

Ela disse...

... E a mágica tarefa de viver"

Lindíssimo!

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