domingo, 16 de outubro de 2011

HELÊNICO

O campo vasto dos deuses

jaz fértil de posteriores coincidências

e primaveras;


sementes de fogo sagrado

e(m) templos vulcanizados

se estendem na solidão rarefeita.


Antes, o Céu do Olimpo

cruzava as vidas de azul recôndito, imortal;

a pompa dos ares

cortava mármores e estátuas juvenis...




Mas tudo, em torno,

se curva à força muda do tempo

que passa sem volta...

(Só ficam névoa

e sentimento!...)




Talvez meus olhos descansem

dessa era branca

como quem busca recompor-se do deserto


ou (quem sabe?)

guardem da essência grega,

a memória dos fatos

verticalizados em saudade...

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